segunda-feira, 12 de março de 2007

8 de Março - Dia Internacional da Mulher

As Nações Unidas comemoram o Dia Internacional da Mulher desde 1975. A celebração deste dia tem como objectivo salientar e vincar o papel e a dignidade da mulher, que em muitas culturas ainda é vista como um ser inferior. Urge tomar-se consciência do valor da mulher e perceber-se o seu papel na sociedade. É imperativo contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostas à mulher. A sua delicadeza não pode ser tida como uma fraqueza, mas apenas como uma característica que a distingue dos homens e a enaltece junto daqueles que a amam e vêm como um ser igual.

A comemoração deste dia tem um contexto histórico que data do dia 8 de Março de 1857. 130 operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque revoltaram-se contra as mais de 16 horas diárias que tinham de trabalhar e o parco salário que obtinham por essa carga horária. Elas recebiam três vezes menos que os trabalhadores do sexo oposto. Deste modo, em forma de protesto, as grevistas ocuparam a fábrica, mas aqui elas foram fechadas e, entretanto, com a propagação desmedida de um incêndio, estas mulheres pereceram queimadas. A sua voz e as suas reivindicações, no entanto, fizeram história e foi em 1910, numa conferência internacional de mulheres na Dinamarca, que foi decidido que este seria o dia de homenagem àquelas e a todas as mulheres que sofrem caladas numa sociedade intolerante.

Foi com este espírito que Maria de Fátima Albuquerque, esposa do Formando Manuel Albuquerque do Curso EFA de Oliveira do Douro, se dirigiu a todos os homens numa carta que aqui transcrevemos...





Carta aos Homens

Sendo hoje o Dia Internacional da Mulher, convém que se lhe faça alusão. Ainda que de forma breve, vou entrar no seu Mundo, que também é o meu…!
Mulher, Tu, Eu, Nós somos uma grande família! Faço parte desse teu núcleo, partilho contigo aquilo que de comum existe entre nós. Às vezes, a nostalgia invade os nossos sentimentos, quando pela «sociedade» somos apelidadas de seres menores, com base no pretexto da nossa (aparente) fragilidade. Todavia, não o somos, porque nós, as «Grandes Mulheres», pela nossa forma de ser, de estar e de sentir, conseguimos contribuir para um maior equilíbrio do universo… ou não tivéssemos
nós ânsias de alcançar o infinito, de abarcar o mundo com os nossos braços e de galgar oceanos com o nosso olhar!
É a força que nos anima que nos torna capazes de transpor os pícaros das montanhas, que nos impulsiona a tocar nos raios do astro mais incandescente do firmamento celeste – o sol. É ele que irradia afectos, desejos, magia que nos tornam felizes e sonhadoras! E tudo isto acontece por causa de sermos mulheres, na verdadeira acepção da palavra. Acresce ainda dizer que, de quando em vez, nos são arremessados «piropos» de ternura, que nos asseguram que somos mais doces do que o mel, mais cristalinas do que a água, mais refulgentes do que as estrelas…
E porque somos as «Grandes Mulheres» em cujo coração é sublimado o amor, apraz-me evocá-lo, particularizando-o segundo a sua especificidade: em primeiro lugar o AMOR MATERNAL, esse amor que somente uma «Mãe» pode extravasar!
AMOR PATERNAL, aquele que apenas um pai pode transmitir!
AMOR FILIAL, o que é extensivo a todos, uma vez que também todos somos filhos!
AMOR FRATERNAL, aquele que congrega todos os irmãos à volta da mesma mesa!
AMOR CONJUGAL, esse que deverá unir os esposos quer na alegria, quer na dor!
Todas as formas de amar convergem na alegria de ser mulher!
Nós, as mulheres, temos o privilégio de conceber vidas em nossas entranhas! … Agradecei-nos vós homens pelo facto de sermos GRANDES MULHERES!
Despeço-me em nome de todas as mulheres que frequentam o curso EFA de Oliveira do Douro com um beijo para todas as outras mulheres do mundo inteiro!


Maria de Fátima Albuquerque



No seguimento desta carta, Maria de Fátima brinda-nos - a nós MULHERES - com mais um poema de sua autoria:



Mulher!

Mulher,
Tu és a chuva a cair
Que encharca os campos para o pão produzir
És também o curso de água
Que arrasta a mágoa
E a faz sucumbir!

Tu és o sol a brilhar,
Que ilumina a terra com o teu olhar!
Tu és o vento que passa a correr,
Transformando-se em brisa
Nem sequer precisa

De estragos fazer…!


Maria de Fátima Albuquerque
Oliveira do Douro- Cinfães

8 de Março de 2007

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